O Painel “O Selo Amazônia como Estratégia de Valorização dos Produtos da Bioeconomia” integrou a programação do Inova Amazônia Summit e reuniu representantes do setor público, especialistas em inovação e empreendedores da região para discutir como a certificação de origem e sustentabilidade pode impulsionar a economia da floresta e transformar a vida das populações amazônicas. O maior evento de fomento a negócios sustentáveis na região, é promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Governo do Estado do Amapá (GEA).
Conduzido por Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e por Egídio Pacheco, diretor de Desenvolvimento Regional da Agência Amapá, o encontro trouxe uma análise profunda sobre o papel do Selo Amazônia como instrumento de fortalecimento das cadeias produtivas locais, agregação de valor e inserção qualificada no mercado nacional e internacional.
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O Brasil precisa aproveitar a potência da marca Amazônia. O selo surge justamente para certificar produtos com origem, sustentabilidade e transformação dentro da própria região. Queremos reconhecer os empreendimentos que mantêm a floresta em pé, geram renda local e mostram ao mundo a força da bioeconomia amazônica, afirmou Rollemberg. Ele também ressaltou o papel do Sebrae como parceiro essencial na construção do projeto e na futura implementação de ações junto a cooperativas locais, por meio de um investimento de R$ 104 milhões provenientes do Fundo Amazônia.
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Segundo o secretário, o Selo Amazônia funcionará como uma chancela voluntária de qualidade e sustentabilidade, com normas técnicas definidas em parceria com a ABNT e certificação auditada por instituições acreditadas pelo Inmetro. “Nosso objetivo é que, a partir desse reconhecimento, produtos da Amazônia alcancem novos mercados e tenham preferência em compras públicas, acesso a crédito e apoio para exportação, por exemplo”, completou o secretário do MDIC, Rodrigo Rollemberg.
A experiência amapaense com o Selo de Origem
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O diretor de Desenvolvimento Regional da Agência Amapá, Egídio Pacheco, compartilhou a trajetória bem-sucedida do Selo Amapá, criado em 2017 e institucionalizado como política de Estado. O programa já certificou empresas que atuam com insumos amazônicos e impulsionou o comércio regional.
“Hoje, 64% das nossas empresas cadastradas transformam riquezas da floresta. O selo ajudou a abrir portas, conquistar prateleiras e gerar credibilidade. De um programa de governo, ele virou programa de Estado, com apoio direto do governador Clécio Luis Vieira. Estamos orgulhosos dos resultados. O Selo Amapá já gerou mais de R$ 20 milhões em movimentação econômica com impacto direto na renda de pequenos empreendedores”, afirmou o diretor Egídio Pacheco.
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O secretário Egídio, também ressaltou o esforço em oferecer segurança alimentar e qualidade sanitária, com o apoio de parceiros como o Serviço Social da Indústria (SESI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado do Amapá (SENAI).
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“O Selo Amapá é gratuito, válido por dois anos e agora será reestruturado para incluir certificações temporárias e também definitivas. Elevamos o padrão para garantir que nossos produtos tenham competitividade no mercado nacional e internacional, sem abrir mão da responsabilidade social, ambiental e ética”, declarou o secretário Egídio Pacheco.
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Bioeconomia que transforma: as vozes dos empreendedores
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Além dos especialistas, o painel deu palco a quem vive da floresta e transforma insumos em inovação. Lázaro Gonçalves, diretor de operações da empresa Engenho Café e Açaí, contou como o Selo Amapá foi um divisor de águas. “A gente produzia artesanalmente 60 kg por mês. Com o Selo, ganhamos visibilidade, entramos nos supermercados e hoje produzimos 9 toneladas. Nosso faturamento triplicou. O selo nos deu credibilidade e abriu portas aqui e fora do estado”, afirmou Lázaro Gonçalves.
O João Dorismar, proprietário dos Chocolates Cassiporé, compartilhou a trajetória de empreendedorismo ribeirinho, a partir do cacau nativo do município do Oiapoque. “Sou filho da floresta e acredito que é possível proteger e produzir com dignidade. Com o apoio do Sebrae e o Selo Amapá, conseguimos crescer, gerar empregos, construir uma fábrica e formar um chocolatier local, que estudou nos melhores cursos, inclusive na França. O Selo, chancela a qualidade, a ancestralidade e a sustentabilidade do nosso chocolate”, disse João Dorismar.
Para ele, a bioeconomia é uma resposta real à degradação ambiental. “Pagamos uma dívida com a Amazônia, não com palavras, mas com ações. Reflorestamos com cacau, valorizamos o agricultor e mostramos que é possível agregar valor aqui mesmo, sem depender de importar tecnologia ou vender apenas matéria-prima”.
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Caminhos para uma Amazônia protagonista
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O painel reforçou a necessidade de políticas públicas eficazes, financiamento facilitado, estrutura laboratorial regional e incentivos à pesquisa aplicada. Para Rollemberg, o Brasil vive um momento propício. “Estamos em lançamento do Plano Nacional de Bioeconomia e o de Economia Circular, recebemos eventos internacionais como a COP30 e temos uma biodiversidade única. A hora é agora. O Selo Amazônia pode ser a ponte entre a floresta e os grandes mercados globais”.
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“A floresta precisa ser vista como produtiva, viva e respeitada. O Selo é uma das ferramentas que pode garantir isso. A Amazônia é nossa, mas é também um patrimônio da humanidade. E cabe a nós garantir que ela gere prosperidade sem perder sua essência”, concluiu o secretário do MDIC, Rodrigo Rollemberg.
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Parceria
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O evento é coordenado pela Unidade de Inovação do Sebrae no Amapá e equipes local e nacional do Sebrae, e tem o apoio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Grupo Equatorial, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Grupo Rede Amazônica e Fundação Rede Amazônica, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social da Indústria e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Sesi e Senai Amapá), Associação Brasileira de Startups (ABStartup), Sebrae Play, Associação Amapaense de Tecnologia (Amapatec), Comunidade Tucuju Valley e Instituto Amazônia +21.
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Serviço:
Sebrae no Amapá
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